sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Onde o amor está


Para assistir Onde o amor está (Country strong, 2010) você não precisa ser fã de música sertaneja, ou melhor, de country music! Eu mesma demorei a alugar o filme achando que seria um desfile de músicas country lacrimejantes, bregas e tal...preconceito meu, eu sei, até porque esse tipo de som tem ficado cada vez mais pop, até aqui no Brasil...

Pois bem, o filme conta a história da estrela country Kelly Canter (excelente performance de Gwyneth Paltrow, inclusive ela canta e bem!) e sua volta aos palcos depois de um ano de reclusão e internações em clínicas de reabilitação para alcoólatras. Sua turnê precisa dar certo para que ela possa convencer aos fãs de que não só está bem como continua uma diva. Mas as aparências enganam. Kelly ainda não conseguiu se livrar do vício e continua desequilibrada emocionalmente pois acha que o marido/empresário não lhe ama mais.

Para abrir sua turnê são convidados os cantores iniciantes Beau (que não busca a fama pois adora cantar) e Chiles (ex-miss e agora cantora country que busca desesperadamente a fama). O relacionamento entre os dois se estreita à medida que Kelly se afunda em seus próprios dilemas. E em determinado momento do filme surge a inevitável pergunta: até quando o sucesso e a fama pode trazer felicidade? É possível ter sucesso na fama e no amor?



Por que vale a pena dar uma chance ao filme? Pelas ótimas músicas, inclusive Coming home e Country Strong e pra ver um pouco dos bastidores nada glamuroso das celebridades...


#praouvirumpouquinho...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Elizabeth Bishop again



Mais um poema da querida Bishop, One art, para quem ainda não conseguiu superar suas batalhas. A mensagem é seguirmos em frente, sempre:

One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

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“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “
     (Tradução de Paulo Henrique Britto)

Elizabeth Bishop (1911-1979)